terça-feira, 20 de março de 2012

Educação e diversidade etnicocultural.

E.M.E.F. CELSO MONTEIRO FURTADO

PLANEJAMENTO ABRIL/MAIO 2011-05-06

TEXTO ADAPTADO: por Maria José Pereira Dantas

Educação e diversidade etnicocultural. (Nilma Lino Gomes, 2003)

A diversidade cultural e a luta pelo direito e pelo reconhecimento das diferenças, requerem de educadores(as)e da escola o diálogo, a reflexão sobre o trato pedagógico no reconhecimento da diversidade e garantia dos direitos sociais. E a diversidade cultural por ser muito complexa e multifacetada exige posicionamento crítico e político, um olhar aguçado sobre os múltiplos recortes da realidade cultural e racialmente miscigenada da sociedade brasileira, que torna o diálogo e a reflexão do trato pedagógico como tarefa muito mais desafiadora.

Nós educadores estamos diante do desafio “de implementar políticas públicas em que a história e a diferença de cada grupo social e cultural sejam respeitadas dentro das suas especificidades sem perder o rumo do diálogo, da troca de experiências e da garantia dos direitos sociais.”(GOMES, 2003).

Considerando as especificidades da diversidade cultural estamos buscando dar continuidade à formação continuada como um dos caminhos a ser trilhado para a construção do diálogo e de práticas culturais, políticas e pedagógicas inclusivas e democráticas.

O projeto de democracia da sociedade deve incluir o respeito a diversidade do povo brasileiro.

A escola é um dos espaços em que diferentes presenças se encontram e a reflexão sobre essas diferentes presenças na escola e na sociedade brasileira deve fazer parte da formação e prática dos/as educadores/as.

Muito mais do que tema ou um conteúdo a ser incluído no currículo, a diversidade cultural é um componente humano. Ela é constituinte da nossa formação humana. Somos sujeitos sociais, históricos, culturais e, por isso mesmo, diferentes. A diversidade Cultural está colocada para a educação como um dado social.

Que trato pedagógico a “escola” tem dado as diferenças? No campo da educação ainda precisa avançar e compreender melhor o que significa a diversidade cultural. Almeja-se que a escola, espaço privilegiado de encontro das diferentes presenças humanas, seja impelida a ressignificar a sua prática pedagógica, percorrendo caminhos não trilhados em busca da superação de esquemas rígidos, desmonte de dogmatismo, modificações no imaginário e representações coletivas negativas construídas historicamente sobre os ditos “diferentes”, isto é, que tome atitude diante da existência humana.

Refletir a escola e diversidade cultural significa reconhecer as diferenças, respeitá-las, aceitá-las e colocá-las na pauta das nossas reivindicações, no cerne do processo educativo. Esse reconhecimento é um desafio, nos faz olhar para nossa própria história, nos leva a passar em revista as nossas ações, opções políticas e individuais e os nossos valores, bem como implica romper com preconceitos, superar as velhas opiniões formadas sem reflexão, sem o menor contato com a realidade do outro. Contudo não significa uma negação das semelhanças existentes entre os grupos humanos. Os homens e mulheres, sem exceção, possuem aproximações e distanciamentos que também ocorrem de maneiras diversas. Aproximam-se no uso da linguagem e de técnicas, na produção artística e criativa, na construção de crenças, no estabelecimento de organização social e política, elaboração de regras e sanções. A discussão sobre a diversidade cultural deve incluir a dimensão política no diz respeito às relações entre os grupos humanos, as relações de poder, aos padrões e aos valores que regulam essas relações.

Os/as educadores/as são também profissionais da cultura e não de um padrão único de aluno, de currículo, de conteúdo, de práticas pedagógicas, de atividades escolares. Todos/as sem exceção, diferem em etnia, nacionalidade, idade, gênero, crença, classe. Todas essas relações estão presentes na relação docente/estudante e entre os próprios educadores e educadoras. Nesse sentido, podemos afirmar que a reflexão sobre a diversidade cultural nos conduz a um repensar do papel do/a professor/a.

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